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Campanha de incentivo à amamentação, o Agosto Dourado destaca os benefícios do leite materno para os bebês e explica quais são os riscos de introduzir outros alimentos precocemente
Durante a campanha do Agosto Dourado, a OMS – Organização Mundial da Saúde reforça à população a melhor opção de alimentação para os bebês nos primeiros seis meses de vida: o leite materno. Ele garante um desenvolvimento saudável, fortalece o sistema imunológico e promove um vínculo afetivo entre mãe e filho.
Eduardo Campos, coordenador do Serviço de Nutrição e Dietética do HMA – Hospital Municipal de Araguaína, sob gestão do ISAC – Instituto Saúde e Cidadania, explica que o leite materno é considerado o padrão ouro dos alimentos para um ser humano.
“Ele tem uma composição ideal de proteínas, carboidratos, vitaminas e minerais, e também é facilmente digerido pelo bebê, reduzindo o risco de constipação e cólica, já que possui um sistema digestivo ainda imaturo”, destaca.
“O leite materno contém ácidos graxos essenciais para o desenvolvimento do cérebro e dos olhos, contribuindo para o crescimento cognitivo e motor do bebê, além de possuir vantagens imunológicas, como anticorpos e proteínas antibacterianas, que ajudam a combater infecções”, acrescenta Eduardo.
Ainda segundo o coordenador, os bebês alimentados exclusivamente com o leite da mãe “têm menor probabilidade de desenvolver alergias, asma, diarreia e infecções intestinais, e ainda melhora a flora intestinal, além de estar sempre na temperatura adequada e disponível, sem custos adicionais”, ressalta.
É possível o bebê ter alergia ao leite da mãe?
Sim. Alguns bebês podem apresentar reações alérgicas ao leite materno, mas isso está mais relacionado às proteínas que a mãe consome e vão para o leite, como proteínas do leite de vaca, ovos, soja, amendoim e outros alérgenos comuns.
Quando um bebê sofre uma crise alérgica, sintomas como urticária, erupções na pele, inchaço dos lábios, rosto ou olhos, vômitos, diarreia, sangue nas fezes, dores abdominais, irritabilidade, chiado e tosse persistente podem ser percebidas.
“Se houver suspeita de alergia, é importante que a mãe consulte um pediatra ou um alergista para receber um diagnóstico adequado e orientação sobre a dieta a ser seguida. Em casos assim, a recomendação é retirar o leite e derivados da dieta da mãe para manter uma amamentação livre desses alérgenos”, orienta Eduardo.
Perigos de inserir outros alimentos
O leite materno fornece tudo o que o bebê precisa durante os seis primeiros meses de vida, sendo assim, é desnecessário inserir outros alimentos durante esse período, o que traz conveniência e economia para a família.
Além disso, a alimentação precoce com fórmulas infantis ou leite de vaca pode interferir no desenvolvimento natural do sistema imunológico do bebê, que é beneficiado pelos componentes presentes no leite materno.
“A recomendação de amamentação exclusiva também tem impacto econômico. O custo de alimentar um bebê com leite materno é irrisório, pois depende apenas da alimentação da mãe, em contraste com os altos custos das fórmulas infantis”, finaliza Eduardo.