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Dizer “sim” para a doação de órgãos ajuda a salvar vidas. Foi o que fez a família de um paciente na UPA San Martin, em Salvador (BA), que permitiu a primeira doação de córnea da unidade.
A legislação brasileira diz que, após a comprovação da morte encefálica, somente o cônjuge ou familiares adultos até segundo grau podem autorizar a doação de órgãos. Por isso, o ISAC – Instituto Saúde e Cidadania incentiva as famílias a conversarem sobre o assunto, manifestarem as vontades em vida.
Um exemplo de amor ao próximo ocorreu em junho, quando a UPA San Martin realizou a primeira doação de córnea para o Banco de Olhos da Bahia, em Salvador. A unidade é gerida pelo ISAC e a decisão da família do doador permitiu que duas pessoas voltassem a enxergar.
Esse ato de generosidade precisa se espalhar e influenciar mais famílias, pois muitas vidas podem ser salvas. É o que afirma Vanessa Costa Ribeiro, coordenadora assistencial da UPA San Martin.
“A fila de transplante é enorme e, quando uma pessoa morre, o ideal, se ela estiver com os órgãos viáveis, é permitir a doação. Isso pode salvar muitas vidas. E no caso das córneas, vidas podem voltar a enxergar”, destaca.
O transplante de córneas, inclusive, corresponde à segunda maior fila de espera no país, com mais de 25 mil pessoas. Os dados são do Ministério da Saúde.
A coordenadora explica ainda que, em se tratando de doação de córneas, a aparência do doador é preservada. Além disso, o procedimento é sem custos para a família, pois toda doação, captação e distribuição de órgãos e tecidos para transplante é regulado, controlado e monitorado pelo SUS – Sistema Único de Saúde, através do SNT – Sistema Nacional de Transplantes.
E apesar da resistência de muitas famílias, o Ministério da Saúde aponta que o Brasil bateu recorde de doadores no primeiro semestre de 2023, em comparação com o mesmo período nos últimos 10 anos. Ao todo, mais de 1,9 mil doadores possibilitaram a realização de mais de 4,3 mil transplantes em todo o país. Ou seja, mais de 4,3 mil vidas que ganharam uma nova chance.
Dia Nacional da Doação de Órgãos e Setembro Verde
Instituído pela Lei nº 11.584, de 2007, o dia 27 de setembro marca o Dia Nacional da Doação de Órgãos, voltado para a conscientização da sociedade sobre a importância da doação de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento. E também incentivou a criação da campanha Setembro Verde e da Semana de Incentivo à Doação de Órgãos em vários estados e municípios.
Atualmente, somente o cônjuge ou familiar adulto até segundo grau pode autorizar a doação de órgãos e tecidos, conforme estabelecido pela Lei nº 10.211, de 2001, que alterou dispositivos da legislação original, Lei nº 9.434, de 1997, e, por exemplo, pôs fim a doação presumida.
Por se tratar de um assunto sensível, várias famílias evitam conversar sobre a doação de órgãos. Contudo, somente falando abertamente é que a vontade em doar os órgãos pode vir a ser respeitada.
Dizer “sim” pode salvar a vida de pelo menos oito pessoas que aguardam na fila de transplante, que atualmente corresponde a mais de 60 mil pessoas. Permita que a vida continue.
Sobre o ISAC
O Instituto Saúde e Cidadania é uma organização social sem fins lucrativos com sede em Brasília (DF) e que gerencia unidades de pronto atendimento (UPAs), ambulatórios, multicentros de saúde, espaço saúde e hospitais. É a primeira OS do Norte e Nordeste – e a segunda da América Latina – a ser acreditada internacionalmente em Rede de Atenção à Saúde com o selo Acreditado Diamante da Qmentum Internacional.
