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Embora mais comum entre mulheres adultas, a esclerose múltipla pode afetar crianças e adolescentes de ambos os sexos; diagnóstico precoce e tratamento ajudam a reduzir as limitações da doença
Criada em 2014 pelos AME – Amigos Múltiplos pela Esclerose, a campanha do Agosto Laranja tem a missão de conscientizar a população sobre a esclerose múltipla, uma doença neurológica degenerativa, autoimune e crônica, ou seja, sem cura, que afeta o sistema nervoso central e que atinge cerca de 40 mil brasileiros, segundo dados da OMS – Organização Mundial de Saúde.
O movimento busca fornecer informações sobre os sintomas, a importância do diagnóstico precoce e as opções de tratamento disponíveis para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, além dos direitos de quem possui a doença.
Embora mais comum em adultos, a doença também pode afetar crianças e adolescentes, como alerta a Dra. Elena Medrado, médica pediatra e diretora técnica do HMA – Hospital Municipal de Araguaína, que é gerenciado pelo ISAC – Instituto Saúde e Cidadania.
“Além dos adultos, a esclerose múltipla também pode afetar crianças e adolescentes, e pode ter características diferentes em relação à progressão e aos sintomas. E assim como acontece com os adultos, envolve o sistema nervoso central e pode levar a uma variedade de sintomas neurológicos”, explica a médica.
Como surge a esclerose múltipla
A esclerose múltipla surge quando o sistema imunológico ataca a bainha de mielina, uma membrana que protege os nervos e é responsável pela condução dos impulsos elétricos. Isso causa inflamação e danifica a comunicação entre o cérebro e o corpo.
Os sinais e sintomas da doença podem variar de pessoa para pessoa, dependendo da área do sistema nervoso afetada. Entre os mais comuns estão a fadiga intensa, dificuldades de equilíbrio e coordenação, problemas de visão, fraqueza muscular, formigamento ou dormência nos membros, além de alterações cognitivas, como dificuldades de memória e concentração. Em alguns casos, a esclerose múltipla pode causar espasmos musculares e perda de controle sobre a bexiga.
“Seja em adulto ou em uma criança, ao observar a presença desses sinais, é fundamental procurar um neurologista para uma avaliação detalhada. O diagnóstico é feito por meio de exames clínicos, ressonância magnética e, em alguns casos, punção lombar. Embora sem cura, com tratamento adequado o paciente é capaz de controlar melhor os sintomas e retardar a progressão da doença”, acrescenta a diretora técnica.
Tratamento reduz limitações
O tratamento inclui o uso de medicamentos imunomoduladores, que reduzem a frequência e a gravidade das crises, e medicamentos sintomáticos, que aliviam os sintomas específicos. Além disso, reabilitação com fisioterapia, terapia ocupacional e acompanhamento psicológico podem ajudar os pacientes a manter sua mobilidade e ter mais qualidade de vida.
“A conscientização sobre a esclerose múltipla é essencial para que mais pessoas conheçam a doença e possam buscar ajuda médica o quanto antes, garantindo um tratamento eficaz e uma vida com menos limitações”, finaliza a pediatra.