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Palestra na sala de espera sensibilizou pacientes e acompanhantes sobre sinais do agravo no Multicentro Carlos Gomes
Quando falamos em hanseníase, o preconceito é um dos maiores inimigos dos portadores. Alguns fatos históricos contribuíram para a construção de alguns tabus acerca da patologia. Estigmas religiosos que associavam a hanseníase a uma espécie de maldição, bem como a criação de políticas públicas de isolamento dos pacientes em leprosários a partir da década de 1930, ajudaram a gerar um medo muito grande na população.
Atualmente, a hanseníase tem cura e, quanto mais cedo o portador do agravo buscar o tratamento especializado, maiores as chances de evitar sequelas físicas em decorrência da doença.
Para quebrar a cadeia do preconceito e alertar os pacientes sobre os sinais mais comuns da hanseníase, a equipe de Enfermagem do Multicentro de Saúde Carlos Gomes promoveu uma atividade na sala de espera do posto.
Para a secretária Mariana Conceição, 37 anos, a ação educativa é importante para trazer informações sobre o agravo. A paciente da unidade ouviu a palestra sobre o assunto enquanto aguardava a consulta com o médico clínico. Ela afirmou que será multiplicadora das informações entre os amigos e familiares.
“Já ouvi falar muito da hanseníase, mas confesso que não sabia muito bem do que se tratava. Depois da palestra, acabei entendendo melhor quais são os sintomas, como identificar a doença e onde buscar tratamento. Com certeza vou compartilhar o que aprendi com as pessoas mais próximas”, destacou Mariana Conceição.
O que é hanseníase?
Conhecida popularmente como lepra, a hanseníase é uma doença causada pela bactéria Mycobacterium leprae. O agravo atinge a pele e alguns nervos, causando a perda da força muscular e da sensibilidade da pele.
A hanseníase é transmissível e pode acometer pessoas de todas as idades, inclusive crianças. A doença evolui de forma lenta e pode permanecer em período de incubação durante anos. Caso não seja tratada adequadamente, a patologia pode causar incapacidade e sequelas físicas nos portadores.
Manchas brancas ou avermelhadas na pele e falta de sensibilidade a dor ao tocar em objetos quentes ou muito gelados são os sinais mais comuns da hanseníase. Dormência nas mãos, nas pernas e nos olhos também é um sintoma recorrente. Em alguns casos, os portadores apresentam também perda da forma muscular e sensação de choque, fisgada ou agulhada nas pernas e nos braços.
A enfermeira do Multicentro Carlos Gomes Malena Cássia destacou que a identificação precoce é a melhor forma de evitar complicações mais graves da hanseníase. “É importante que o paciente busque o serviço médico assim que notar os primeiros sinais. Quanto mais rápido o paciente iniciar o tratamento, menor é o risco de lesões mais graves”, explicou Malena.
Tratamento
A hanseníase tem cura. O tratamento é disponibilizado nas 159 Unidades Básicas de Saúde de Salvador, inclusive com a oferta de medicamentos gratuitos. O processo terapêutico dura entre 06 e 12 meses.
“É um tratamento de baixa complexidade que requer dos pacientes apenas um pouco de paciência para completar de maneira integral o ciclo terapêutico. Após a conclusão do tratamento, grande parte das pessoas segue com sua rotina de vida normal”, afirmou Malena Cássia.
O Multicentro de Saúde Carlos Gomes é custeado pela Prefeitura de Salvador e está sob gestão compartilhada do ISAC – Instituto Saúde e Cidadania.