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Família da paciente comemora o sucesso da cirurgia
“Eu só quero agradecer toda equipe e ao hospital por ter feito esse procedimento na minha filha. Foi de extrema importância para a saúde dela. Ela é cardiopata, com síndrome rara, pouco conhecida. Deu tudo certo”, comemorou o pai da paciente, Anderson Nunes Guimarães.
Anderson ainda contou que a filha de dois anos de idade estava na UTI Pediátrica da unidade, por causa de uma doença no coração e já tinha passado por uma cirurgia cardíaca. A criança foi a primeira paciente desse tipo de procedimento, uma cirurgia de correção de fissura palatina com laser de baixa potência imediato, que foi realizado pela primeira vez no Hospital Municipal de Araguaína.
A operação foi conduzida pelo cirurgião bucomaxilofacial Rufino Klung, referência na realização do procedimento. A equipe multidisciplinar contou ainda com a participação da odontóloga hospitalar, Marlei Pires Vasteli, do fonoaudiólogo Aguivam Júnior e do suporte da equipe do centro cirúrgico.
Ação multidisciplinar
A paciente deu entrada para realizar uma cirurgia cardíaca. Márcio Brito, médico e coordenador da UTI Pediátrica HMA, identificou a fissura e logo acionou a equipe de Odontologia Hospitalar, que atua na prevenção de infecções bucais, além de realizar intervenções curativas e cirúrgicas.
Com a ação multidisciplinar da equipe, foi constatada a possibilidade da correção, aproveitando o uso do centro cirúrgico e o suporte da anestesia. “Realizamos o protocolo de laserterapia intraoral e extraoral de imediato ao término da cirurgia cardíaca, com objetivo de dar conforto no pós-operatório e assim evitar o inchaço, dor e possível desconforto. Também agimos para acelerar o processo de cicatrização, desta forma a paciente iniciou logo os exercícios com a fonoaudiologia e em seguida realizou a dieta via oral de forma adequada”, explicou a odontóloga.
Consequências da fissura palatina
A fissura palatina ocorre quando há uma abertura direta entre o palato (o céu da boca) e a base do nariz. Normalmente, durante a gestação, o maxilar superior do bebê se fecha, o que não ocorre na fissura palatina, deixando uma falha.
As funções de voz, fala, mastigação, sucção e deglutição sofrem alterações importantes devido à abertura no palato. É necessário que o fonoaudiólogo realize uma adequada e precoce avaliação desses pacientes junto à Odontóloga para que em tempo hábil, realize a reabilitação antes e após a correção cirúrgica.
“As alterações mais visíveis foram a hipernasalidade, alteração de mobilidade, tonicidade de lábios, língua e bochechas, bem como alterações de postura de língua e compensações no ato de engolir, causando regurgitação nasal, sendo sensível a alimentação mais sólida e impossibilitando o ganho de nutrientes necessários para manter o peso adequado a idade e porte físico. A correção também está relacionada com a dinâmica respiratória, possibilitando que o fluxo de ar que vem da região pulmonar consiga chegar à região nasal, sem obstrução e desvios”, complementou o fonoaudiólogo.
A paciente passou por um treinamento com o fonoaudiólogo na UTI Pediátrica, que acompanhou a reintrodução alimentar via oral e deglutição.